segunda-feira, 29 de março de 2010

Angustia


Acabada, triste, sozinha. Era assim que ela se sentia. Na realidade estava presa em um mundo de futilidade onde nada nem ninguém era verdadeiro.
Andava com passos curtos pela cidade molhada, seu longo e preto guarda-chuva escondia seu rosto já inchado de tanto chorar. Na realidade ela não sabia mais o que fazer, o que pensar, como agir... Se antes era tão autoconfiante, agora tem medo de se expressar. ”Como tudo desabou tão repentinamente?” - pensava- começou então a caminhar cada vez mais rápido, e mais rápido até perceber que estava correndo. Um corrida que não tinha propósito, uma disputa sem linha de chegada.
E corria, corria o mais rápido que suas pequenas pernas de moça a deixavam correr , as pessoas a olhavam torto mais ela não se importava.Nada mais importava para ela.Queria apenas correr.
Mais depois de correr por dias ela parou, tinha se afastado da cidade, das pessoas que tanto a desprezaram. Sentou, e uma enorme angustia a abateu, e ficou ali sentada, sozinha, percebeu que não havia mais razão para nada e nem mais motivos para correr,na verdade nunca teve,nada em sua medíocre vida teve razão ou motivo.Fechou os olhos e ficou ali sentido o vendo brincar com seus cabelos até perceber que era tarde de mais para levantar.